“Dois Mundos” e muitos livros
CRÓNICA
| J. A. Nunes Carneiro
Uma das mais icónicas colecções do mercado editorial português do século XX era uma aposta da Livros do Brasil e chamava-se: “Dois Mundos”. Foi durante anos e anos acolhendo dezenas de livros com o melhor da literatura internacional. Os grandes nomes estavam lá.
Com a transferência da editora para o grupo Bertrand/Porto Editora, receei que esta filosofia materializada numa colecção iria desaparecer de vez numa época em que, muitas vezes, o estatuto de best-seller se sobrepõe a outros critérios. Por isso, registo com imenso agrado que a renovada colecção “Dois Mundos” se mantém fiel às suas origens e tem vindo a acolher grandes obras e grandes autores.
São vários os títulos já editados que comprovam a acertada aposta e a fidelidade ao projecto inicial: Albert Camus (A Peste, Um Homem Revoltado ou O Estrangeiro), Daphne du Maurier (Os Pássaros e Outros Contos Macabros), Ernest Hemingway (O Velho e o Mar ou Por quem os Sinos Dobram), John Steinbeck (As Vinhas da Ira), Boris Parternak (Doutor Jivago), Alberto Moravia (Os Indiferentes), E. E. Cummings (O Quarto Enorme), William Faulkner (A Cidade ou A Mansão) O Diário de Anne Frank, entre muitos outros.
O acolhimento dos leitores parece ser bom o que vem provar que os long sellers continuam, se são bons livros de bons autores, a justificar um espaço nas nossas livrarias. Excelente ideia: para ler ou reler.