Delphica | Revista Nº 4
R- Como não nasceu de geração espontânea, o projecto editorial, que esteve na
origem da criação da Associação Cultural Crescente Branco, sediada em Braga, e
proprietária da revista Delphica | letras
& artes, lançada em 2013, tomou forma para preencher um vazio emocional
de quem decidiu fazer da cultura clássica uma trincheira contra as malfeitorias
dos accionistas da “pressa convulsa”
globalizada, a que alude Steiner,
responsáveis pelo regresso aos anos da peste europeia, a partir do
pós-guerra, e pelo avanço dos sinais de degradação humana, e de consciência,
característicos do capitalismo selvagem e do cérebro reptiliano consumista que
arrasa o mundo. O projecto, desta vez, não nasceu em Lisboa, nem em Paris, onde
seria preferível por causa da legenda, afiançaria Mário de Sá-Carneiro, mas onde a Europa jaz,
posta nos cotovelos.
origem da criação da Associação Cultural Crescente Branco, sediada em Braga, e
proprietária da revista Delphica | letras
& artes, lançada em 2013, tomou forma para preencher um vazio emocional
de quem decidiu fazer da cultura clássica uma trincheira contra as malfeitorias
dos accionistas da “pressa convulsa”
globalizada, a que alude Steiner,
responsáveis pelo regresso aos anos da peste europeia, a partir do
pós-guerra, e pelo avanço dos sinais de degradação humana, e de consciência,
característicos do capitalismo selvagem e do cérebro reptiliano consumista que
arrasa o mundo. O projecto, desta vez, não nasceu em Lisboa, nem em Paris, onde
seria preferível por causa da legenda, afiançaria Mário de Sá-Carneiro, mas onde a Europa jaz,
posta nos cotovelos.
2- Quais os principais motivos de interesse deste número?
R-Tal como os números anteriores, esta edição, relativa a 2016, porque a
revista é anual, preenche os requisitos do projecto: da tradução de clássicos
(Píndaro, depois de Catulo e Michelangelo) à ensaística de teor clássico
(Porquê a Grécia?; Atenas, perfil de uma cidade modelo; Do atraso cultural à decadência dos estudos),
todos os motivos de interesse se fixam nas rubricas dedicadas à poesia, ficção,
entrevistas (a compositores, artistas
plásticos, actores), à tradução, ao teatro, entre outras; e à inclusão de um
caderno especial de ½ centena de páginas: depois do primeiro, sobre Raul
Brandão, os que se seguiram: Surrealismo(2014),
Trieste (2015), Correspondência (2016). Se tanto não bastasse, era caso para dizer,
como/ e com Novalis, que: “Só agora começam os antigos a nascer.” Mas o que é
clássico sempre valeu pela sua actualidade, sempre ajudou a re-escrever a modernidade;
o actual, a interrogar o real.
3- Ideias para conquistar novos leitores?
Quem os tem chama-lhes seus, dirá o anotador a quem duvida
que a cultura é modo de vida; passe o chavão: a incultura, tempo de morrer. Morre-se
de ignorância por aí, apesar de cada vez mais o leitor, culto ou não, ser
levado ao engano pelos flibusteiros de serviço, e de ocasião. Mas não disse o
outro que até com os burros se aprende quando se é inteligente? Este projecto
editorial, da responsabilidade de quatro mosqueteiros (Jorge Fernandes, José
Manuel de Vasconcelos e Rui Vieira), tem-se preocupado mais em criar um público
do que em criar uma revista para o público, numa perspectiva futura (leia-se: por
vir), próxima de uma cultura antropológica –assenta nos valores da civilização,
e, só depois, noutros. A revista, porém, é de quem nela escreve; de quem nela colabora; de quem lhe dá fundo e
a leva a exame. Blake lá sabia qual a razão pela qual os tigres da ira sabem
mais que os camelos da cultura.
__________
revista é anual, preenche os requisitos do projecto: da tradução de clássicos
(Píndaro, depois de Catulo e Michelangelo) à ensaística de teor clássico
(Porquê a Grécia?; Atenas, perfil de uma cidade modelo; Do atraso cultural à decadência dos estudos),
todos os motivos de interesse se fixam nas rubricas dedicadas à poesia, ficção,
entrevistas (a compositores, artistas
plásticos, actores), à tradução, ao teatro, entre outras; e à inclusão de um
caderno especial de ½ centena de páginas: depois do primeiro, sobre Raul
Brandão, os que se seguiram: Surrealismo(2014),
Trieste (2015), Correspondência (2016). Se tanto não bastasse, era caso para dizer,
como/ e com Novalis, que: “Só agora começam os antigos a nascer.” Mas o que é
clássico sempre valeu pela sua actualidade, sempre ajudou a re-escrever a modernidade;
o actual, a interrogar o real.
3- Ideias para conquistar novos leitores?
Quem os tem chama-lhes seus, dirá o anotador a quem duvida
que a cultura é modo de vida; passe o chavão: a incultura, tempo de morrer. Morre-se
de ignorância por aí, apesar de cada vez mais o leitor, culto ou não, ser
levado ao engano pelos flibusteiros de serviço, e de ocasião. Mas não disse o
outro que até com os burros se aprende quando se é inteligente? Este projecto
editorial, da responsabilidade de quatro mosqueteiros (Jorge Fernandes, José
Manuel de Vasconcelos e Rui Vieira), tem-se preocupado mais em criar um público
do que em criar uma revista para o público, numa perspectiva futura (leia-se: por
vir), próxima de uma cultura antropológica –assenta nos valores da civilização,
e, só depois, noutros. A revista, porém, é de quem nela escreve; de quem nela colabora; de quem lhe dá fundo e
a leva a exame. Blake lá sabia qual a razão pela qual os tigres da ira sabem
mais que os camelos da cultura.
__________
Vergílio Alberto Vieira (fundador da revista)
Revista Delphica