Cristina Carvalho | A Casa das Auroras
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «A Casa das Auroras»?
R-Este livro está na linha do primeiro livro que escrevi “Até Já Não é Adeus”. Sou eu, quase eu num transe. Foi muito importante para mim escrever as histórias destas mulheres-fantasma que vão revelando a sua essência feminina ao longo destas páginas. Não por pertencer ao sexo feminino, mas por existir. E a existência duma pessoa é algo inacreditável, difícil e inexprimível. Nunca ninguém sabe nada! Nada de nada! Em todas as minhas histórias há uma certa esquizofrenia aplicada e consciente. Sei exactamente o que estou a escrever. Também sei que ultrapasso sempre a “barreira do som”, que me desprendo totalmente da superfície da terra mas também sei, para mim mesma, que cumpri o meu destino escrevendo estas histórias.
R-Este livro está na linha do primeiro livro que escrevi “Até Já Não é Adeus”. Sou eu, quase eu num transe. Foi muito importante para mim escrever as histórias destas mulheres-fantasma que vão revelando a sua essência feminina ao longo destas páginas. Não por pertencer ao sexo feminino, mas por existir. E a existência duma pessoa é algo inacreditável, difícil e inexprimível. Nunca ninguém sabe nada! Nada de nada! Em todas as minhas histórias há uma certa esquizofrenia aplicada e consciente. Sei exactamente o que estou a escrever. Também sei que ultrapasso sempre a “barreira do som”, que me desprendo totalmente da superfície da terra mas também sei, para mim mesma, que cumpri o meu destino escrevendo estas histórias.
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R-Sabe, eu acho que ainda não disse tudo! Eu quero dizer mais, quero escrever mais sobre mulheres, muito mais. Tenho “matéria-prima” para isso. É um tema inesgotável, também sei. Acho até que existiu uma certa contenção, um certo pudor em “A Casa das Auroras”. Tenho de ir mais fundo. Muito mais fundo, mas para isso, preciso de observar e sentir a reacção a este livro. Portanto, não tive nenhuma ideia especial quando o escrevi a não ser que consideremos muito especial o facto de existirem mulheres. Mas existem mulheres e homens e bichos e há o vegetal e o mineral e a água e o céu e tudo, tudo o que compõe o incomponível. Mas as mulheres são seres absolutamente extraordinários e dá vontade de escrever sobre elas e de as pintar, de as esculpir, de as musicar, de as fotografar, de, de, de!
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou a escrever uma história sobre mulheres. Mais uma. Mas não é uma continuação de “A Casa das Auroras”. É outra coisa completamente diferente. Passa-se tudo na véspera do dia 25 de Abril de 1974, no próprio dia 25 de Abril e no dia a seguir.
Estou a escrever também uma outra história “para todos” só com animais.
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Cristina Carvalho
A Casa das Auroras
Planeta, 16,95€