Catarina Beato | Ser Feliz Todos os Dias
1-As pessoas imperfeitas também podem ser felizes só com a simples decisão de o quererem ser?
R- Não existem pessoas perfeitas. Falo em pessoas “imperfeitas” no livro por isso mesmo. O livro é para toda a gente, com todas as diferenças, características ou contradições que possam ter. Todos temos o direito a sermos felizes, a tentar ser felizes todos os dias. Mas neste processo é importante perceber que a felicidade não é um estado permanente. Ou seja, é impossível estarmos sempre muito alegres e bem dispostos. Há dias maus e isso é normal. Nunca devemos ter problemas em admiti-lo. A felicidade está em pequenos momentos, às vezes os que, aparentemente, são mais insignificantes. A felicidade também está na forma como encaramos a vida. A felicidade é uma decisão, que dá trabalho, porque nos obriga a várias coisas, que implicam força e coragem: a resolvermo-nos com o passado, a mudar aquilo que nos põe para baixo, a procurar pelo melhor de cada dia (mesmo que tenha sido péssimo), a celebrar cada vitória e, muito importante, a agradecer. Tive de me esforçar muito para ser quem sou hoje e é essa a história que conto no livro. Como explico, a vida fez-me mudar no dia mais triste da minha vida. A morte do meu pai fez-me perceber que o dia seguinte pode não existir e que cada um é uma dádiva que merece ser celebrada. É um desperdício não tentarmos estar bem. Dá trabalho, mas compensa muito.
2-O seu livro é mais um livro de auto-ajuda ou pretende ser algo de diferente?
R- Não gosto muito da expressão auto-ajuda. O meu livro reflete a minha história e, na verdade, é o resumo de tudo o que me ajudou. Eu não era uma miúda muito alegre. Era muito existencialista. Questionava tudo. Mas tomei a decisão de mudar e agora quis partilhar o meu processo com outras pessoas. “Ser Feliz Todos os Dias” nasce da minha experiência e é resultado daquilo que me ajudou, daquilo que funcionou comigo. Mostra as etapas por que passei e é um convite para que as outras pessoas possam fazer os mesmos exercícios escritos que eu fiz, que, no final, vão resultar numa espécie de diário em que se tocam em assuntos chave, relacionados com a aceitação, mudança e com a capacidade para ver com clareza as coisas boas que nos rodeiam e agradecer. A ideia é que depois possam reler aquilo que escreveram e se conheçam cada vez melhor.
3-As vendas de ansiolíticos e anti-depressivos estão em alta: andamos distraídos com as «pastilhas” quando podíamos ser felizes com outras abordagens como as que propõe no seu livro
R-Acho que há casos e casos. Há pessoas que precisam de ajuda médica para se sentirem melhor (são casos clínicos que ultrapassam a ideia de estar infeliz). Outras que talvez não precisem. Acho que essa deverá ser sempre a última alternativa e para acontecer é porque é mesmo necessário. Acho que a abordagem do livro é importante no sentido em que a escrita (tal como o exercício) é uma ótima terapia. Para mim sempre foi. Faz-nos refletir na nossa história. Leva-nos aos nossos problemas e, com as perguntas certas, pode desperta a atenção para as coisas boas que nos rodeiam, para o valor que temos e para a importância de tratarmos de nós mesmos. Mas é como disse: cada caso é um caso.
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Catarina Beato
Ser Feliz Todos os Dias
Matéria-Prima Edições, 15,50€
2-O seu livro é mais um livro de auto-ajuda ou pretende ser algo de diferente?
R- Não gosto muito da expressão auto-ajuda. O meu livro reflete a minha história e, na verdade, é o resumo de tudo o que me ajudou. Eu não era uma miúda muito alegre. Era muito existencialista. Questionava tudo. Mas tomei a decisão de mudar e agora quis partilhar o meu processo com outras pessoas. “Ser Feliz Todos os Dias” nasce da minha experiência e é resultado daquilo que me ajudou, daquilo que funcionou comigo. Mostra as etapas por que passei e é um convite para que as outras pessoas possam fazer os mesmos exercícios escritos que eu fiz, que, no final, vão resultar numa espécie de diário em que se tocam em assuntos chave, relacionados com a aceitação, mudança e com a capacidade para ver com clareza as coisas boas que nos rodeiam e agradecer. A ideia é que depois possam reler aquilo que escreveram e se conheçam cada vez melhor.
3-As vendas de ansiolíticos e anti-depressivos estão em alta: andamos distraídos com as «pastilhas” quando podíamos ser felizes com outras abordagens como as que propõe no seu livro
R-Acho que há casos e casos. Há pessoas que precisam de ajuda médica para se sentirem melhor (são casos clínicos que ultrapassam a ideia de estar infeliz). Outras que talvez não precisem. Acho que essa deverá ser sempre a última alternativa e para acontecer é porque é mesmo necessário. Acho que a abordagem do livro é importante no sentido em que a escrita (tal como o exercício) é uma ótima terapia. Para mim sempre foi. Faz-nos refletir na nossa história. Leva-nos aos nossos problemas e, com as perguntas certas, pode desperta a atenção para as coisas boas que nos rodeiam, para o valor que temos e para a importância de tratarmos de nós mesmos. Mas é como disse: cada caso é um caso.
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Catarina Beato
Ser Feliz Todos os Dias
Matéria-Prima Edições, 15,50€