Carlos Santos | E Agora, Obama?

1- De que trata este seu livro «E Agora, Obama?»?
R- É uma visão prospectiva do que são os 4 primeiros anos da Presidência Obama. Incidindo sobre 4 vectores: política internacional, economia, energia & ambiente, e assuntos internos (educação e saúde nos EUA). Na vertente de Política Internacional, precisamente a que foi agora base do Nobel concedido a Barack Obama, é salientada a sua visão multiralista e o regresso dos EUA à comunidade das nações depois da Administração Bush. É também previsto e analisado o seu esforço de não proliferação de armamento: tanto a nível do escudo anti-missil que efectivamente suspendeu, como a nível do relacionamento com o Médio e Extremo Oriente.

2- De forma resumida, qual a principal ideia que espera conseguir transmitir aos seus leitores?
R- Procuro no essencial transmitir a materialização da mensagem de esperança do candidato Obama na constituição de uma equipa governativa, a sua Administração, e numa sequência efectiva de políticas (a nível externo, de segurança, de ambiente, etc.) que a traduzissem em algo de concreto. Aparentemente, a Academia Sueca terá julgado que essa nova abordagem à política internacional, com a reinserção dos EUA numa perspectiva multilateralista e do respeito pelo diálogo internacional, seria merecedora de uma recompensa imediata. Mesmo que os frutos das políticas perspectivadas no livro e que Obama tem arrojadamente vindo a cumprir não se traduza no curto prazo. O processo negocial com a Síria para condicionar o Irão, por exemplo, exige a espessura histórica do tempo.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- A figura de Lula da Silva, o Presidente cessante do Brasil exerce sobre mim particular fascínio. Tenho praticamente concluído um livro sobre a sua Presidência e a forma como apesar das extraordinárias dificuldades do tecido económico e social brasileiro foi capaz de repensar o lugar do Brasil no mundo, tornando-o numa das mais dinâmicas economias emergentes. Em poucas palavras, não só foram reduzidas as condições extremas de pobreza de parte da sociedade Brasileira como o Brasil se transformou de devedor em credor do FMI. Foi uma aventura de 8 anos fantástica.

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Carlos Santos
E Agora, Obama?
Esfera do Caos, 16,80€