Carlos L. P. Bessa: “Acreditar na poesia”
Carlos L.P. Bessa nasceu em Viana do Castelo no ano de 1967 e cresceu nos arredores do Porto.
Autor de uma obra poética robusta iniciada nos anos 90 do século XX: Legenda (1995), Termómetro. Diário (1998), Olhos de Morder Lembrar e Partir (2000), Lançam-se os Músculos em Brutal Oficina (2000) e Em Trânsito (2003).
Desde meados de 1990, vive e trabalha nos Açores.
Colabora habitualmente com a secção de livros do semanário Expresso.
Acaba de editar Livros Reunidos, na Tinta-da-China: um livro que permite, de uma só vez, percorrer livremente toda a sua obra poética.
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O que é para si a felicidade absoluta?
Um oxímoro.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ser pai de dois rapazes extraordinários, que me dão inspiração todos os dias.
Qual a sua maior extravagância?
Acreditar na poesia.
Que palavra ou frase mais utiliza?|
Haja saúde.
Qual o traço principal do seu carácter?
Não faço ideia.
O seu pior defeito?
Penso, logo existo
Qual a sua maior mágoa?
Não tenho escala para medir o tamanho de cada uma.
Qual o seu maior sonho?
O infinito.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
A segunda-feira.
Qual a sua máxima preferida?
A liberdade é tudo.
Onde (e como) gostaria de viver?
Onde (e como) vivo.
Qual a sua cor preferida?
A variedade de cinzentos.
Qual a sua flor preferida?
O miosótis.
O animal que mais simpatia lhe merece?
O ser humano.
Que compositores prefere?
Muitos. Por exemplo, John Dowland e Francisco de Lacerda.
Pintores de eleição?
Os primitivos.
Quais são os seus escritores favoritos?
Os que chafurdam no ressentimento, esse motor do ser humano.
Quais os poetas da sua eleição?
Todos os que me surpreendem, interrogam, divertem e emocionam.
O que mais aprecia nos seus amigos?
A paciência.
Quais são os seus heróis?
Os meus amigos.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Todos os do mundo antigo.
Qual a sua personagem histórica favorita?
A maçã da Bíblia.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Defina realidade.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A curiosidade e a capacidade de interrogar.
E numa mulher?
A capacidade de interrogar e a curiosidade.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
O da ramificação.
O que é para si o cúmulo da miséria?
Não perceber as nuances da linguagem humana, nem ter sentido de humor.
Quais as falhas para que tem maior indulgência?
A vaidade.
Qual é para si a maior virtude?
A curiosidade.
Como gostaria de morrer?
Sem qualquer rancor.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Um ser humano.
Qual é o seu lema de vida?
O amor é um contentamento descontente.
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Carlos L. P. Bessa na “Novos Livros” | Entrevistas