A arte da guerra em tom pedagógico
Este é um livro declaradamente feito pelo lado da guerra. O que é natural, sendo o autor, como é, um general. E considerando que “a guerra é um facto histórico (…) permanente e sempre presente mesmo quando ausente”. O que coincide com aquela definição sofística que caracteriza a paz como um intervalo entre duas guerras.
Loureiro dos Santos vai naturalmente por outro caminho, o do especialista e conhecedor, e por isso resume: “A história da humanidade pulsa com a guerra e com a paz; a própria palavra paz só tem significado em contraposição a guerra”. Claro que neste raciocínio, a guerra é a chave da paz, e porque parte de uma situação de conflito visa conseguir uma situação mais vantajosa do que a de partida. A quem? Ao vencedor, naturalmente.
A organização e estrutura da obra é desde logo enunciada pelo autor como tendo o propósito de colaborar para que os oficiais e alunos do Instituto de Altos Estudos Militares aproveitem “pelo menos o mesmo que eu aproveitei, da sua passagem por aquele estabelecimento de ensino”. O resultado é, claro, uma exposição pedagógica declarada, de síntese à partida, mas que permita a análise de várias situações de conflito dos tempos que vivemos.
Importante esta estrutura, porque permite (exige) um enquadramento histórico da guerra (das guerras), a evolução técnica e a sua dependência da ciência, da indústria, da própria evolução da sociedade que daí resulta – mas que a guerra (e os militares) também determina e/ou influencia. Claro que lá está a ligação da manu militari à política, e os desencontros entre as duas instâncias, nas diversas condições de organização do Estado.
A era da informação, a nossa, não poderia deixar de marcar o passo da obra. E fá-lo, desde a abordagem teórica mínima aos casos concretos, que vão da terceira guerra dos Balcãs aos enfrentamentos no Afeganistão, israelo-palestianos e outros. Ou seja, um “ambiente de incerteza generalizado”.
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General Loureiro dos Santos
História concisa de como se faz a guerra
Publicações Europa-América, 25,50€
Loureiro dos Santos vai naturalmente por outro caminho, o do especialista e conhecedor, e por isso resume: “A história da humanidade pulsa com a guerra e com a paz; a própria palavra paz só tem significado em contraposição a guerra”. Claro que neste raciocínio, a guerra é a chave da paz, e porque parte de uma situação de conflito visa conseguir uma situação mais vantajosa do que a de partida. A quem? Ao vencedor, naturalmente.
A organização e estrutura da obra é desde logo enunciada pelo autor como tendo o propósito de colaborar para que os oficiais e alunos do Instituto de Altos Estudos Militares aproveitem “pelo menos o mesmo que eu aproveitei, da sua passagem por aquele estabelecimento de ensino”. O resultado é, claro, uma exposição pedagógica declarada, de síntese à partida, mas que permita a análise de várias situações de conflito dos tempos que vivemos.
Importante esta estrutura, porque permite (exige) um enquadramento histórico da guerra (das guerras), a evolução técnica e a sua dependência da ciência, da indústria, da própria evolução da sociedade que daí resulta – mas que a guerra (e os militares) também determina e/ou influencia. Claro que lá está a ligação da manu militari à política, e os desencontros entre as duas instâncias, nas diversas condições de organização do Estado.
A era da informação, a nossa, não poderia deixar de marcar o passo da obra. E fá-lo, desde a abordagem teórica mínima aos casos concretos, que vão da terceira guerra dos Balcãs aos enfrentamentos no Afeganistão, israelo-palestianos e outros. Ou seja, um “ambiente de incerteza generalizado”.
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General Loureiro dos Santos
História concisa de como se faz a guerra
Publicações Europa-América, 25,50€