Arsénio Mota | Quase, Tudo, Nada


1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Quase, Tudo, Nada»?

R- Penso que poderá ver-se ali algo como uma obra de maturidade. Porque procede a uma espécie de balanço, ao balanço de uma existência. As três palavras do título ganham, assim, o alcance de uma conclusão vital – a conclusão que se extrai da parábola de uma longa vida. Trata-se, na verdade, de uma narrativa biográfica recheada de tempos e lugares habitados que ficaram conhecidos. Não se trata de uma autobiografia.
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- O campo da ficção anda por aí a abundar de «contadores de histórias», assim pelas suas próprias bocas proclamados. Ora não restam mais histórias novas para contar, entrámos em pleno na repetição cansativa e estéril do que já se conhece. Todavia, a arte continua apegada à vida, só que anda a vender menos, ou a não vender, não cintila no espaço mediático, pois ninguém a vê massificada, não parece de digestão fácil e até inquieta ou faz pensar. Eis a «resposta» que esteve na concepção essencial do livro: escrever não «outro» romance bem ficcionado, com todos os ingredientes certinhos, mas sim sobre o que foi vivido de verdade na por alguém carne autêntica! Algo com valor de testemunho!

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

R- Trabalho em alguns projectos: contos para crianças, um volume de crónicas e etc.