Aprender a vender… e não só
Num País à venda, saber vender é mais do que uma
virtude – e até se pode aprender. Harvey B. Mackay é um mestre na matéria e os
seus livros têm a vantagem de se lerem sem enfado.
“Nadar com os tubarões sem ser comido vivo” (edição
atualizada), com mais de quatro milhões de exemplares vendidos (segundo a
editora da Bookout, 15,80€) e número um do New York Times, chegou recentemente
a Portugal e merece uma leitura atenta pelas reflexões que proporciona.
O autor, o norte-americano Harvey B. Mackay, é
presidente da Mackay Envelope Company, que fundou aos 26 anos. A empresa está
avaliada em 100 milhões de dólares. Senhor de uma surpreendente capacidade de
captar a atenção (bem patente no livro), é orador habitual em conferências
sobre negócios.
A obra, organizada por “lições”, pode ser um
interessante contributo não só para quem tem (ou quer ter) o seu negócio, mas
também para todos aqueles que trabalham na área de vendas de qualquer setor e,
não menos importante, para qualquer trabalhador que pretenda perceber melhor o
“mecanismo mental” de chefias e empregadores.
Muito centrado na forma de obter sucesso, a obra de
Mackay explora temas como “vender”, “gerir”, “motivar” e “negociar”. Saber
trabalhar em equipa e incentivar os trabalhadores é a ideia-chave a reter,
porque o sucesso é um “negócio” coletivo.
O seu estilo, muito marcado pela cultura
empresarial norte-americana, poderá tornar-se, por vezes, chocante para os
portugueses, embora por cá as relações de trabalho estejam cada vez mais a
aproximar-se perigosamente da desregulamentação praticada do outro lado do
Atlântico. Exemplo disso é a forma como Mackay despede trabalhadores (lição 50,
“A melhor forma de se livrar de alguém”).
Numa perspetiva oposta, a lição 44, “os seus
melhores colaboradores podem passar grande parte do tempo a olhar para a
parede”, devia ser lida por todos quantos têm a função de gerir e motivar
equipas. “A eficiência que é atingida à custa da criatividade é
contraproducente. Não equipare atividade com eficiência”, aconselha.
“Nadar com os tubarões…” está repleto de pequenas
histórias e exemplos concretos, o que torna a sua leitura estimulante, mesmo
para quem, à partida, não está minimamente vocacionado para o tema.
os tubarões sem ser comido vivo