António Pedro Ribeiro | Café Paraíso

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro “Café Paraíso”?
R- “Café Paraíso” surge no seguimento de outros livros que publiquei como “Á Mesa do Homem Só”, “Saloon”, “Um Poeta no Piolho”, que têm como pano de fundo a vivência dos cafés e também dos bares. É uma homenagem às figuras do café: o gerente, os empregados de mesa, a mulher que passa, que se passeia ou que está ao balcão, a que às vezes ofereces poemas e que raramente é tua, o bêbado, os teóricos de café, os revolucionários de café, as tertúlias com poetas, escritores e outros. É também o retrato da cuscovilhice das mulheres, dos homens que passam a semana a falar de futebol sem outro assunto, do louco que berra, dos programas da tarde imbecis que passam na TV. É também o homem à mesa, o poeta, que escreve, lê e observa, que se revolta com o mundo dos mercados e da finança.
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- A Isabel Rocha da Cultureprint falou-me há meses na possibilidade de publicar em livro poemas inéditos meus sobre cafés. Fez-se uma selecção. Alguns foram acrescentados à última hora.
3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Neste momento tenho um livro de poesia pronto: “Fora-da-Lei”. Estou a reunir um conjunto de contos auto-biográficos sobre os “filmes” da minha vida. Tenho também escrito prosas filosóficas, sociológicas e também algo proféticas, na linha do livro “Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas”, que conto reunir talvez sob o título “Merda para Deus”. Tenho escrito quase todos os dias e publico crónicas nos jornais “A Voz da Póvoa” da Póvoa de Varzim e “Fraternizar”.
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António Pedro Ribeiro
Café Paraíso
Bairro dos Livros