António Garcia Barreto | O Homem do Buick Azul

1. O que representa, no contexto da sua obra, o livro “O Homem do Buick Azul”?
R- Este livro surgiu na sequência de um outro intitulado “A Mulher da Minha Vida”, que saiu em 2008, no qual criei um personagem — o detective Eneias Trindade — cuja vida pessoal e profissional decorre no ambiente social e político de Lisboa, no início do consulado de Salazar (1930). É um homem da cidade, que a vive e aos seus problemas, no decurso da investigação de casos de polícia. O detective  é um personagem que eu há muito pretendia criar e que adquiriu uma individualidade significativa no meu trabalho literário.

2. Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- “O Homem do Buick Azul” é uma história de dinâmica policial, ao nível da realidade portuguesa. O detective Eneias Trindade volta a liderar outra investigação ambientada na mesma época e num ano (desta feita, 1933) em que se produziram alterações significativas na vida política nacional, que vieram a ter repercussões no futuro do país. Com ele estará sempre presente a mulher da sua vida — Rosarinho: um amor impossível —, e as outras mulheres que vai conhecendo como forma de tentar esquecer aquela. Mas, também, os amigos de todos os dias. E o futebol como paixão e o boxe como escola de vida, que, no seu caso, é simples e um tanto solitária. Tudo isto numa Lisboa em tons de cinzento, com os seus pregões, os seus cheiros, os seus tiques e vivências populares.

3. Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Estou a escrever outro romance, que decorre na actualidade, numa povoação imaginária e no espaço limitado de uma casa de comida. Este trabalho ainda está numa fase inicial.
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António Garcia Barreto
O Homem do Buick Azul
Oficina do Livro, 14,90€