Andrea Zamorano | A Casa das Rosas

1-
Um livro de estreia é sempre um marco na vida de uma escritora. Que significado
poderá ter esta obra daqui a 20 anos?
R-
Quero crer que, daqui a vinte anos, a nossa sociedade estará muito mais
desenvolvida. Valores como a liberdade democrática, as liberdades individuais e
a luta contra a violência doméstica terão progredido. Quando, então, alguém ler
“A Casa das Rosas” ficará profundamente chocado e perplexo com a brutalidade
dos temas mais contundentes que a obra trata. Porque, daqui a vinte anos, esses
assuntos não serão encarados com o descaso, e às vezes até com a naturalidade,
dos dias de hoje. 
2-
Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- A
ideia surgiu numa conversa com o meu marido. Temos três meninas e falávamos do
quão perigoso pode ser o ciúme de um pai. Quais são os limites da relação pai e
filha, muitas vezes ultrapassados. Quais são as fronteiras das identidades e
liberdades de cada parte envolvida na relação. Claro está que depois extrapolei
a conversa familiar para o nível da perversão e dos traumas.
3-
Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-
Já faz um tempinho que estou a escrever o meu segundo romance. Só preciso agora
de arranjar espaço na minha vida para descobrir o que anda acontecendo na vida
das minhas personagens. Mas estou feliz.
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Andrea Zamorano
A Casa das Rosas
Quetzal, 15,50€