André Osório: “Sê boa pessoa, trabalha para isso.”

André Osório acaba de publicar um novo livro de poesia: Sala de Operações. A confirmação de um novo poeta cuja voz se afirma.
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O que é para si a felicidade absoluta?
Uma armadilha, de onde as piores coisas que já aconteceram ao mundo vieram.

Qual considera ser o seu maior feito?
Não sei, profissionalmente tenho dois livros e fui director de uma revista literária. Pessoalmente, melhorar para os outros e para mim, manter quem gosto por perto. De qualquer modo sou muito novo para fazer essa pergunta, e não é uma pergunta que me importe muito fazer.

Qual a sua maior extravagância?
Tentar ser eu.

Que palavra ou frase mais utiliza?
Ups

Qual o traço principal do seu carácter?
Sério, mas afectuoso.

O seu pior defeito?
Teimosia.

Qual a sua maior mágoa?
Isso agora.

Qual o seu maior sonho?
Ter tempo para escrever.

Qual o dia mais feliz da sua vida?
Está mais perto do que longe, e não é só um dia, disso tenho a certeza.

Qual a sua máxima preferida?
Não deixes para depois o que podes fazer agora (não que o cumpra tanto quanto isso)

Onde (e como) gostaria de viver?
Aqui, em Lisboa. Ou noutro sítio com quem gosto.

Qual a sua cor preferida?
Azul ou verde

Qual a sua flor preferida?
Malmequer

O animal que mais simpatia lhe merece?
Lontra

Que compositores prefere?
Oiço pouco música clássica. Talvez Satie e Philip Glass, os minimalistas. Música agora diria que são o duo punk-electrónica-rap Sleaford Mods a banda que prefiro.

Pintores de eleição?
Edward Hopper, Francis Bacon, René Magritte.

Quais são os seus escritores favoritos?
Doris Lessing, Franz Kafka, Fyodor Dostoievsky, Robert Musil, Harold Pinter.

Quais os poetas da sua eleição?
Adrienne Rich, Manuel António Pina, Philip Larkin, Seamus Heaney (o primeiro livro), Francisca Camelo.

O que mais aprecia nos seus amigos?
A amizade.

Quais são os seus heróis?
As pessoas que tomam um caminho diferente, mantendo-se boas pessoas.

Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Não gosto do conceito de herói. Posto isto, gosto de anti-heróis. Ulrich, em O Homem sem Qualidadesde Robert Musil, e K., no Castelo de Franz Kafka.

Qual a sua personagem histórica favorita?
O Zé Ninguém.

E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Tenho várias. A Catarina.

Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
Abertura, humor.

E numa mulher?
Abertura, humor.

Que dom da natureza gostaria de possuir?
Parar o tempo. Ter um quarto onde o tempo não passa.

O que é para si o cúmulo da miséria?
Não ter sítio onde viver, sítio físico e comunitário.

Quais as falhas para que tem maior indulgência?
Aquelas com que se nasceu, cresceu e que tenta ultrapassar (compreender).

Qual é para si a maior virtude?
Manter a palavra.

Como gostaria de morrer?
De velhice, rodeado de quem gosto.

Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Eu outra vez. Não gosto de projectar.

Qual é o seu lema de vida?
Sê boa pessoa, trabalha para isso.
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André Osório na Novos Livros | Entrevistas