Amadeu Lopes Sabino | O Todo ou o Seu Nada
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «O Todo ou o Seu Nada»?
R- O regresso a uma época que vivi intensamente, o fim da ditadura portuguesa, a transição, o início do novo regime. Interessam-me muito a ideia, o tempo e as muitas faces de uma transição de regimes, momento contraditório e criativo em que as personalidades se forjam e se revelam. O homem, dizia Nietzshe, é transição e queda.
2-Ao escrever este romance, o que o mais o fascinou em João Falcato?
R-João Falcato (1915-2005), que conheci bem, foi um homem sempre em trânsito: entre a glória, a queda e a ressurreição. Genial na banalidade, criativo na insignificância, indiferente à grandeza e à catástrofe, inteiro na tragédia.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Penso pouco no futuro, o que, tendo em conta a minha idade, é sinal de alguma prudência. Escrevo tudo e escrevo nada. O que resultará, eis um enigma. Gosto de enigmas.
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Amadeu Lopes Sabino
O Todo ou o Seu Nada
Bizâncio 15€