Alves Lima: “Nesta vida nada é garantido”
1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro “De Milionário a Mendigo”?
R-A ideia nem sequer foi minha, confesso com sinceridade. Foi a minha esposa que quase me empurrou para esta grande aventura. Depois de ter apadrinhado tão insistente repto lançado pela Maria, procurei mostrar a ténue linha que separa o sucesso da miséria, o aplauso social do mesquinho desdém, o conforto material do gélido sabor de nada possuir. Principalmente soltar aos quatro ventos, apesar de todos dizerem que já sabem, que já estão avisados, etc… gritar bem alto que: NADA É GARANTIDO!
R-A ideia nem sequer foi minha, confesso com sinceridade. Foi a minha esposa que quase me empurrou para esta grande aventura. Depois de ter apadrinhado tão insistente repto lançado pela Maria, procurei mostrar a ténue linha que separa o sucesso da miséria, o aplauso social do mesquinho desdém, o conforto material do gélido sabor de nada possuir. Principalmente soltar aos quatro ventos, apesar de todos dizerem que já sabem, que já estão avisados, etc… gritar bem alto que: NADA É GARANTIDO!
2-A sua história de vida teve uns momentos de euforia e sucesso; e, depois, uma espiral de problemas: que principais lições retira quando faz o balanço?
R-Apesar da felicidade ser sempre inatingível, até aos 50 anos posso dizer que fui “amplamente” feliz. Tive sucesso e reconhecimento profissional e social. A vida familiar era óptima, devido ao apoio e companheirismo da esposa e de uma família moralmente exemplar. Tudo correu muito bem até essa idade. Até aos 50 anos tive uma vida saudável e financeiramente muito desafogada, a ponto de ter ajudado muitas famílias mais desfavorecidas. A espiral de problemas surgiu nessa idade devido ao “revés” que sofri no Brasil, do qual não consegui recuperar. Especialmente pelos problemas de saúde da minha querida esposa, da crise económica que o País atravessava e ainda porque não consegui penetrar no mercado de trabalho por já ser considerado “velho” aos cinquenta anos. A partir do momento que o “mercado de trabalho” me negou uma oportunidade de recomeçar… aí surge de facto a espiral de problemas que descrevo com alguma “brutalidade” no livro… já vamos com 12 anos de problemas e sem fim à vista…. O grande aprendizado, é o facto de compreender melhor que o ser humano ambiciona sempre mais quase por vício ancestral e genético. Sem necessidade real, e pouco se dá conta de que nesta vida nada é garantido. Acho que ainda não é oportuno fazer um balanço, pois apesar de tudo o “jogo” ainda não acabou e não vou/vamos desistir… se sobrevivi a estes 12 anos, irei tentar sobreviver mais alguns até conseguir “levar a carta a Garcia”… teremos que encontrar uma forma de abandonar a miséria em que vivemos… “Isto não vai ficar assim”…
R-Apesar da felicidade ser sempre inatingível, até aos 50 anos posso dizer que fui “amplamente” feliz. Tive sucesso e reconhecimento profissional e social. A vida familiar era óptima, devido ao apoio e companheirismo da esposa e de uma família moralmente exemplar. Tudo correu muito bem até essa idade. Até aos 50 anos tive uma vida saudável e financeiramente muito desafogada, a ponto de ter ajudado muitas famílias mais desfavorecidas. A espiral de problemas surgiu nessa idade devido ao “revés” que sofri no Brasil, do qual não consegui recuperar. Especialmente pelos problemas de saúde da minha querida esposa, da crise económica que o País atravessava e ainda porque não consegui penetrar no mercado de trabalho por já ser considerado “velho” aos cinquenta anos. A partir do momento que o “mercado de trabalho” me negou uma oportunidade de recomeçar… aí surge de facto a espiral de problemas que descrevo com alguma “brutalidade” no livro… já vamos com 12 anos de problemas e sem fim à vista…. O grande aprendizado, é o facto de compreender melhor que o ser humano ambiciona sempre mais quase por vício ancestral e genético. Sem necessidade real, e pouco se dá conta de que nesta vida nada é garantido. Acho que ainda não é oportuno fazer um balanço, pois apesar de tudo o “jogo” ainda não acabou e não vou/vamos desistir… se sobrevivi a estes 12 anos, irei tentar sobreviver mais alguns até conseguir “levar a carta a Garcia”… teremos que encontrar uma forma de abandonar a miséria em que vivemos… “Isto não vai ficar assim”…
3-Apesar de tudo, o seu exemplo é um exemplo de resiliência e resistência: tinha noção da sua força interior?
R-Nem nos meus mais remotos sonhos admitia a força interior que me tem sido oferecida pelas entranhas algo luminosas do meu humilde ser. Pensava que era um “beto” de Alvalade sem qualquer capacidade de sofrimento, incapaz de procurar água no deserto ou caçar com um arpão urdido pelas magras e delicadas mãos nunca antes talhadas para estas inauditas situações. Estes últimos doze anos têm sido para mim mais do que uma surpresa, um paradoxal gaudio que me começa a fornecer ainda mais força para não desistir, por mim, pela Maria e pela minha ida Família.
R-Nem nos meus mais remotos sonhos admitia a força interior que me tem sido oferecida pelas entranhas algo luminosas do meu humilde ser. Pensava que era um “beto” de Alvalade sem qualquer capacidade de sofrimento, incapaz de procurar água no deserto ou caçar com um arpão urdido pelas magras e delicadas mãos nunca antes talhadas para estas inauditas situações. Estes últimos doze anos têm sido para mim mais do que uma surpresa, um paradoxal gaudio que me começa a fornecer ainda mais força para não desistir, por mim, pela Maria e pela minha ida Família.
4-Este livro é um registo para memória futura ou um balanço amargo?
R-Apesar de ser um registo para memória futura não é um balanço amargo. Sinceramente amargura não casa comigo, apesar de tristeza e alguma impotência me acompanharem nestes últimos doze anos. O balanço vai ser feito mais tarde pela vida, quando o pavio da luz que ainda ecoa no túnel da esperança se apagar. Pode ser sim, um exemplo para os mais jovens admitirem a sua vulnerabilidade face aos “tsunamis” que podem, eventualmente, vir a enfrentar. Que esses jovens se lembrem que podemos sempre ficar piores e que nada é garantido.
5-Com um percurso rico e acidentado que vivenciou, já é tempo de tirar lições? Quais?
R-Ainda é cedo para tirar grandes lições. Considero o termo lição, demasiado vigoroso. Ganhei sim algum aprendizado sobre o facto verdadeiramente despropositado de o ser humano ambicionar mais e mais a nível material.
R-Apesar de ser um registo para memória futura não é um balanço amargo. Sinceramente amargura não casa comigo, apesar de tristeza e alguma impotência me acompanharem nestes últimos doze anos. O balanço vai ser feito mais tarde pela vida, quando o pavio da luz que ainda ecoa no túnel da esperança se apagar. Pode ser sim, um exemplo para os mais jovens admitirem a sua vulnerabilidade face aos “tsunamis” que podem, eventualmente, vir a enfrentar. Que esses jovens se lembrem que podemos sempre ficar piores e que nada é garantido.
5-Com um percurso rico e acidentado que vivenciou, já é tempo de tirar lições? Quais?
R-Ainda é cedo para tirar grandes lições. Considero o termo lição, demasiado vigoroso. Ganhei sim algum aprendizado sobre o facto verdadeiramente despropositado de o ser humano ambicionar mais e mais a nível material.
6-Finalmente: com este livro, qual a mensagem mais importante que gostava que fosse ouvida pelos seus leitores?
R-Que NADA É GARANTIDO e podemos sempre ao querer melhorar, ficar muito pior! Nunca desistir de levar a carta a Garcia! Nunca perder a dignidade mesmo no auge da adversidade! Nunca culpar o “azar”, mas possuir genuína consciência que são os nossos erros e decisões que nos levam ao infortúnio!
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Alves Lima
R-Que NADA É GARANTIDO e podemos sempre ao querer melhorar, ficar muito pior! Nunca desistir de levar a carta a Garcia! Nunca perder a dignidade mesmo no auge da adversidade! Nunca culpar o “azar”, mas possuir genuína consciência que são os nossos erros e decisões que nos levam ao infortúnio!
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Alves Lima
De Milionário a Mendigo
5 Letras 16€
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CONVERSAR COM O AUTOR: alveslima1959@hotmail.com