Almeida Maia: A Viagem de Juno
1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «A Viagem de Juno»?
R- Este romance é uma primeira incursão minha na ficção científica, uma espécie de viagem a um possível futuro em que as condições climáticas alteraram drasticamente o nosso país e o mundo. Mantendo algumas características do thriller psicológico, que caracterizaram os livros anteriores, coloco as personagens perante dilemas daquele ano de 2049, que terão de ser resolvidos. O cenário a que me refiro contempla questões como a possibilidade de a União Europeia perder outros países além do Reino Unido, o aumento populacional ou mesmo a criopreservação. O tema principal é uma vertiginosa subida dos níveis dos mares, o que deu origem à criação fictícia da Rede Tubular Subaquática, por onde circulam confortáveis comboios magnéticos.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- A ideia surgiu de um desafio que me foi lançado em 2013 por Terry Costa, da MiratecArts, aquando da apresentação do meu segundo romance “Capítulo 41: A Redescoberta da Atlântida” na ilha do Pico, nos Açores. A rede subaquática de comboios teve inspiração no projeto para a construção do Túnel Transatlântico, que ligaria Londres a Nova Iorque, discutido por Michel Verne (filho de Júlio Verne), em 1888. No fundo, esta história é uma aventura, que tanto ensina como diverte. Juno é um rapaz de nove anos, que acompanha o avô numa odisseia pelo mundo, procurando respostas. Ao mesmo tempo, um geólogo Islandês “acorda” na Rússia, depois de trinta anos em criopreservação. Encontrou o planeta totalmente mudado, em que as calotas polares derreteram. Além de se tratar de uma aventura e de uma viagem estimulantes, este livro é igualmente uma chamada de atenção para possíveis mudanças climáticas, uma causa cada vez mais premente. Estou certo de que suscitará muita curiosidade junto dos leitores.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Será lançada em breve a Antologia de Contos do Centro de Estudos Mário Cláudio 2018, para a qual foi selecionado o meu conto “O Galheteiro de Prata” e outros nove de autores nacionais. Outra novidade será a minha estreia na escrita de guião, com a apresentação de uma curta-metragem que ambiciona ser o começo de uma série de televisão. No meu próximo romance, recuarei a 1960 e centrarei a ação na ilha de Santa Maria, para a história de um jovem que tenta emigrar ilegalmente, colocando-se dentro do vão da roda de um avião. Uma história fascinante!
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Almeida Maia
A Viagem de Juno
Letras Lavadas 14,27€