Almeida Maia | Bom Tempo no Canal

1 – O que representa, no contexto da sua obra, o livro
“Bom Tempo no Canal”?
R- “Bom Tempo no Canal – A Conspiração da Energia” é
uma obra de ficção, cuja história tem lugar nas ilhas açorianas. Aborda
questões ligadas às energias renováveis e à liberalização do mercado de
fornecimento de energia – e as suas consequências -, numa trama em que se
envolvem as personagens numa conspiração quase “terrorista” contra
uma empresa local que explora a energia geotérmica. Embora seja de pouco
conhecimento do público do continente português, a ilha açoriana de São Miguel,
por exemplo, já produz mais de 60% da sua electricidade apenas com o calor
natural que emana do interior da Terra. Ao desenvolver este tema, não só o
leitor se vê envolvido numa história alucinante, que passa por paisagens
deslumbrante das ilhas, mas também fica a conhecer um pouco mais acerca destas
tecnologias. A personagem principal, John Mello, é um descendente de açorianos
que assume o cargo de Director-Geral da empresa que gere.

2 – Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R- Embora já tivesse passado por experiências de escrita
anteriormente, esta obra foi diferente por ter sido elaborada especificamente
para concorrer a um concurso literário. Neste caso, participou e saiu vencedora
do “Concurso Literário Letras em Movimento 2010”, organizado pela
“Associação Ilhas em Movimento”. Uma das regras deste concurso era
escrever um texto sobre os Açores, ou que a história tivesse lugar nas ilhas.
Ao juntar ambas as pretensões da organização, consegui trabalhar um tema ainda
pouco conhecido, mas com implicações bastante significativas. Se pensarmos bem,
tendo o petróleo os seus dias contados – e anunciados ao mundo -, quais serão
as fontes de energia que se seguem? Todas as renováveis são inconstantes – o
vento não sopra sempre, as ondas não rebentam com intensidade constante, até o
sol não brilha diariamente com a mesma intensidade (embora a energia solar seja
a mais eficiente), ao contrário da geotermia. Quando não existir calor no
interior da Terra, já a raça humana estará extinta. Ao desenvolver o tema,
acabei por me envolver de tal forma que quase nem me apercebia estar a
escrever: o trabalho de investigação foi mágico!

3 – Pensando o futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Bem, além do trabalho de promoção desta primeira obra, que
está a ser feito – de forma muito dinâmica, a meu ver -, incluindo planos para
apresentações do livro em diversas ilhas açorianas, continente e mercado da
saudade, assim como divulgação em diversos meios de comunicação e alargamento
da rede de distribuição por parte da editora, encontro-me a escrever uma
sequela deste “Bom Tempo no Canal”. Isto porque, apesar de no final
do enredo chegarmos a uma conclusão (até porque desagradam-me finais demasiado
abertos), é lançado um novo mote: a descoberta das ilhas açorianas por povos
que não os portugueses. Independentemente do povoamento e do crédito que os
nosso navegadores tiveram – que é louvável -, há partes da História que não
estão suficientemente bem entrosadas com as de outros povos. Posso então
adiantar que a arqueologia, o fundo dos mares açorianos e a dúvida em relação
aos Descobrimento dos Açores pelos portugueses serão os temas que o leitor
poderá encontrar aprofundados no segundo romance. Caso o leitor deseje estar a par
dos acontecimentos, pode fazê-lo através dos endereços do Blogue Oficial
(www.almeidamaia.com), e do Facebook (www.facebook.com/AlmeidaMaiaAzores).
Existe também um vídeo teaser, bastante aliciante, que pode ser visto em
http://www.youtube.com/watch?v=MjgmeDaGjcM.
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Almeida Maia

Bom Tempo no Canal