Almanaque: “A mais irreverente revista do pós-guerra”

1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro «O Mais Sacana Possível-A Revista Almanaque 1959-1961»?
R- A ideia de escrever este livro surgiu um pouco ao acaso, tanto mais que nunca tinha feito trabalhos na área dos estudos literários ou da história da literatura. Como tinha a colecção da revista Almanaque, comprada na Feira da Ladra e depois completada devido à generosidade do Jorge Silva, da SilvaDesigners, comecei a interessar-me por aquele objecto, primeiro como excepcional objecto visual, devido ao genial grafismo de Sebastião Rodrigues, depois como excepcional objecto literário, seja pelos membros da sua redacção (José Cardoso Pires, Alexandre O’Neill, Batista-Bastos, Sttau Monteiro, Augusto Abelaira, José Cutileiro, Vasco Pulido Valente), seja pelas colaborações que conseguiu reunir, desde Aquilino Ribeiro a Sophia de Mello Breyner, passando por Almada Negreiros, Keil do Amaral, etc., etc.

2-Qual o papel e relevância que a revista «Almanaque» teve na sua época?
R- Seria fácil e tentador sobrevalorizar o papel da Almanaque (ou do Almanaque), mas o facto é que ela não deixou um lastro semelhante a publicações como Vértice, Seara Nova ou O Tempo e o Modo. Mas foi, sem dúvida, a mais irreverente revista do pós-guerra, o que, tendo em conta o ambiente cultural da época e a censura do salazarismo, não é um pequeno feito!

3-Para além do estudo introdutório sobre a revista, o seu livro inclui uma breve antologia de artigos: o que seleccionou para partilhar com os leitores actuais?
R–A selecção foi feita em conjunto com a editora, Bárbara Boulhosa, a quem agradeço. Escolhemos textos de autores representativos da literatura portuguesa, como Sophia ou Alves Redol, outros ilustrativos do perfil da revista, alguns dos quais de autores que guardaram o anonimato.
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António Araújo
O Mais Sacana Possível-A Revista Almanaque 1959-1961
Tinta-da-China  23,90€

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