Ainda há relações arrebatadoras

André Aciman, autor de Oito Noites Brancas, nasceu em Alexandria (Egipto) e é, além de ensaísta e romancista, professor e director do Writer’s Institute da Universidade de Nova Iorque.

Os seus contos e ensaios têm sido publicados em diversas publicações de referência como a New Yorker, o New York Times, a Paris Review e em vários volumes do Best American Essays.

Aciman é considerado uma das vozes mais estimulantes da ficção do século XXI. Autor de Out of Egypt (1995), False Papers: Essays in Exile and Memory (2001) e Call Me By Your Name (2007), que foi considerado um dos melhores livros do ano pelo New York Times.

Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas mas Oito Noites Brancas é o primeiro do autor publicado em Portugal.

Oito Noites Brancas começa numa elegante festa de Natal em Manhattan, onde dois desconhecidos começam a falar e não conseguem mais parar. O clique é imediato e as dúvidas também.

Durante oito noites assistimos ao desenvolvimento de uma relação. Das suas dúvidas e incertezas, dos orgulhos que não foram postos de lado quando deviam, daquilo que ficou por dizer ou que não devia ter sido dito, das contradições, dos avanços e recuos.

Os protagonistas não são pessoas fáceis e claras, jogam os seus jogos e dizem tudo sempre com segundas intenções, deixando espaço para que cada um interprete as palavras do outro.

É por meio dos seus jogos, dos seus medos e das suas inseguranças que vamos sabendo os detalhes desta relação arrebatadora e apaixonante. De um amor repleto de gestos, intenções e subtilezas.

Seguimos as suas histórias entre as idas ao cinema para assistir ao festival de Rohmer que decorre naqueles dias, as idas a restaurantes, ao bar do “costume”, as interacções com outras pessoas, a pequena viagem para lá de Nova Iorque. Os cenários são muitos e diversos e as situações também.

Aciman brilha pelo retrato inteligente e meticuloso que faz das relações e de todas as suas complexidades. É um livro que merece ser lido por todos, nem que seja para nos deixar a sonhar com a eventualidade de vivermos uma relação arrebatadora como esta.