Miguel Mealha Estrada/António Coimbra de Matos | A Vida é um Sopro

 

1. Qual a ideia que esteve na origem deste livro “A Vida é um Sopro”?
Miguel Mealha Estrada-A ideia foi da Bárbara Simões, então pertencente à Oficina do Livro. A ideia era escrever algo acerca de casos reais. Achei a tarefa um pouco difícil pois relatar com a profundeza merecedora de cada caso- pois estamos a falar de vidas de pessoas que não se podem resumir a ideias- acabaria por ser um trabalho extensivo. Pensei então falar sobre um caso só, onde uma multitude de experiências e dinâmicas pudessem ser contempladas. Não só entre elas mas como em conjunto e, o mais importante, como essas dinâmicas esculpem as pessoas através das relações.
2.O que podemos nós, leitores, aprender com este caso?
R-É uma óptima pergunta à qual que não tenho uma resposta formal. Penso que em tudo o que lemos existe uma identificação e um recalcamento ao que se lê. Por exemplo, aquilo que conto irá ser, inevitavelmente, interpretado dependendo da experiência de vida do leitor, o contexto de onde cresceu, as suas expectativas futuras, os seus desejos, suas fantasias, tal como com as suas perversões. O significado que teve para mim, é a minha experiência intrínseca. A do leitor, à de ser a dele. Penso que será mais fácil desvendar o que eu aprendi com esta experiência: o mais importante é o amor por aqueles que gostamos. Não só gostar, mas também demonstrar. Tudo é passageiro na vida, e ao fim do dia são os laços afectivos em que investimos que permanecem como solo fértil que nos sustém em relação ao abismo.
3. Que recordações mais marcantes ficaram da relação com Lisa e Peter, os protagonistas?
R-Pequenos momentos. Abraços. Gargalhadas. Olhares. Partilha de sentimentos de esperança e de alegria. Motivação para com o mundo. E grato por ter tido a companhia deles também.
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Miguel Mealha Estrada/António Coimbra de Matos
A Vida é um Sopro
Oficina do Livro